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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto: Academia Brasileira de Letras

 

 

JOSÉ MARIA GOULART DE ANDRADE

 

1881-1936

 

Terceiro ocupante da Cadeira 6, eleito em 22 de maio de 1915 na sucessão de Artur Jaceguai e recebido pelo Acadêmico Alberto de Oliveira em 30 de setembro de 1916. Recebeu o Acadêmico Xavier Marques.

Goulart de Andrade (José Maria G. de A.), engenheiro, geógrafo, jornalista, poeta, cronista, romancista e teatrólogo, nasceu em Jaraguá, Maceió, AL, em 6 de abril de 1881, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 19 de dezembro de 1936.

Era filho de Manuel Cândido Rocha de Andrade, oficial da Marinha e engenheiro, e de Leopoldina Pimentel Goulart de Andrade. Fez os estudos primários e secundários em Maceió. Aos 16 anos, foi para o Rio de Janeiro e ingressou no curso preparatório para a Escola Naval, mas pretendia, na verdade, fazer-se homem de letras. O influxo de poetas e prosadores na Capital, nos últimos anos do século XIX, agiu naturalmente sobre o seu espírito, e em breve Goulart de Andrade deixava a Escola Naval para matricular-se na Escola Politécnica. Ali obteve o título de engenheiro em 1906.

Ao deixar de lado as aspirações de fazer-se oficial de marinha, procurou e obteve um posto na Prefeitura do Distrito Federal. Desde cedo, vinculou-se ao grupo de poetas boêmios, entre os quais Guimarães Passos (seu conterrâneo), Olavo Bilac, Emílio de Menezes, Martins Fontes. Como poeta, esmerou-se na especialidade das poesias difíceis, de forma fixa o vilancete, o rondel, a balada e sobretudo o canto, real, uma das mais complexas formas poéticas. Tornou-se também jornalista, sendo um dos redatores de O Imparcial nos primeiros tempos, onde teve o convívio de João Ribeiro, Humberto de Campos e Augusto de Lima. Publicou inúmeros trabalhos na Revista da Academia Brasileira de Letras.

 

AVELAR, Romeu de.  Coletânea de poetas alagoanos.  Rio de Janeiro: Edições Minerva, 1959.  286 p.  ilus.  15,5x23 cm.  Exemplar encadernado.  Bibl. Antonio Miranda

 

        DESTINOS

Traçou entre nós dois o nume Eterno,
Uma linha que apenas se revela;
Nem na passa a vaidade — menos bela;
Nem na transpõe o orgulho — alto e supremo.

Envelhecemos!...  À lareira o inverno
Já de neve cobriu; e, agora, nela,
A cinza fria de saudade vela
Os resplendor do braseiro interno.

Mágoas calaste; humilhações calei-as;
Se, hoje, temo passados desatinos,
Tais das naves que ruíssem, cheias
Do repique festivo de seus sinos!#



A UMA PECADORA

Fez Caim  o mais vila dos atentados:
Deus, por castigo, enegreceu-lhe a face
De tal maneira que, por onde andasse,
Tivesse os passos logo assinaladoso...

Creio que Deus também te castigasse,
Pois os olhos possuis de roxo orlados,
Como indelével marca dos pecados
De tua carne em flor, quente e vivace.

Passas em bacanais noites inteiras...
Pecas... e a mancha roxa das olheiras
Mostra o delito, bela criminosa!

Há, porém, nisso um fato extraordinário:
Ficou feio Caim; tu, tu, ao contrário,
Quanto mais pecas, quanto mais formosa!



VILANCETE

Entre o querer e o poder
Senhora de meu enleio,
Vem o dever de permeio.



VOLTAS


Quero dizer tanta coisa!
Coisas que posso dizer...
Se posso, e fico a temer,
E que o coração não ousa;
Coração, pensa e repousa,
Já que a falar tu te atreves.
Queres falar, mas tu deves?

 

       Eu quero e posso, isso é exato:
Mas é tamanho o receio,
Que de tais dúvidas cheio
Já não ato nem desato,
Fica-te quedo, a pensar!
Pois tu não deves falar!

“Confessa! diz a verdade.
—Cala! Diz a obrigação”.
Pois cada qual te persuade,
Tolhando-te a liberdade;
Eis porque agir não me atrevo;
Posso, quero mas não devo.

Sombra, os astros no além,
Num desejo vivo e ardente,
Atraem-se eternamente,
Mas poder forte os retém,
Vivamos assim também,
Solando sentidos ais,
E... Não devo dizer mais...

 

*

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Página publicada em junho de 2021


 

 

 
 
 
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